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Mensagem do Graal

Em cada povo, em cada ser humano, tem de existir, primeiro, a base para a receção dos elevados reconhecimentos de Deus, que se encontram na doutrina de Cristo

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Em cada povo, em cada ser humano, tem de existir, primeiro, a base para a receção dos elevados reconhecimentos de Deus, que se encontram na doutrina de Cristo

A diferença de origem entre o ser humano e o animal

Novembro 02, 2015

Para bem se esclarecer a diferença de origem entre o ser humano e o animal, faz-se mister uma divisão mais pormenorizada da Criação do que até agora.

As expressões usuais como “alma coletiva” do animal, em contraposição ao “Eu” individual do ser humano, não obstante ser coisa bem acertadamente pensada, não são suficientes. Mas delineia-se aí, mui largamente, apenas o geral e o que se acha mais próximo ao terrenal, porém não se menciona a diferença propriamente.

Necessário se faz aqui conhecer o desenvolvimento da Criação que está explicado na dissertação “Desenvolvimento da Criação”.

Para distinção mais fácil sejam transmitidos os principais planos em escala descendente:

Divino

Divino-inenteal = Deus

Divino-enteal

Espírito-enteal

Espírito-enteal consciente

Espírito-enteal inconsciente

Enteal

Enteal consciente

Enteal inconsciente 

Matéria

Matéria fina

Matéria grosseira

O ser humano tem sua origem espiritual no espírito-enteal inconsciente. O animal, por sua vez, tem sua origem enteal no enteal inconsciente. Entre esses dois planos há uma diferença gigantesca. O núcleo vivificador do ser humano é espírito. O núcleo vivificador do animal, porém, é enteal.

Um espírito se encontra nesse caso acima do enteal; a origem interior do ser humano, por consequência, também é mais alta do que a do animal, ao passo que ambos têm em comum apenas a origem do corpo de matéria grosseira. No entanto, o espírito do ser humano, com o tempo, foi aperfeiçoando mais o seu corpo, de origem meramente animal, do que era possível à essência  do animal.

A doutrina do desenvolvimento natural dos corpos de matéria grosseira, começando dos corpos dos animais mais ínfimos, até o corpo do ser humano, é portanto certa. Mostra sob todos os aspetos o trabalho progressivo e sem lacunas da Vontade criadora na natureza. Um sinal de perfeição.

Cometeu-se nessa doutrina apenas um erro, aliás grave, por não ter ido além da matéria grosseira.

Quando se diz que o corpo humano, isto é, o manto de matéria grosseira do ser humano, descende do corpo do animal, que já existia antes do ser humano, está certo. Esses corpos, contudo, não constituem nem o ser humano nem o animal, mas somente fazem parte por serem necessários na matéria grosseira. Querer se concluir disso, porém, que também a vida interior do ser humano descende do animal é um erro desencaminhador e imperdoável que tem de despertar discrepância.

Devido a essa discrepância surge também em tantas pessoas o salutar sentimento intuitivo contra semelhante aceção errónea. Por um lado se sentem atraídas pela veracidade da aceção na parte referente aos corpos, por outro lado, porém, repelidas por causa da grosseira negligência que quer, sem mais nem menos, entretecer conjuntamente a origem interior.

A ciência, de facto, até agora mal era capaz de outra coisa senão afirmar que o ser humano, no desenvolvimento natural, por fim teve que descender do animal e, primeiramente, de um animal semelhante ao macaco, que em sua forma mais se aproximou do corpo humano, porque ela até agora somente conseguiu ocupar-se com aquilo que é matéria. Preponderantemente até apenas com a matéria grosseira, que constitui uma parte bem pequena da Criação. E mesmo dessa só conhece ela as exterioridades mais grosseiras. Na realidade, portanto, pouquíssimo, a bem dizer nada.

Hoje consegue ela utilizar, afinal, elementos de mais-valia, mas ignora-lhe as especificidades, tendo que obrigatoriamente se contentar com algumas palavras estrangeiras que coloca no lugar do saber. Essas palavras designam exclusivamente a classificação provisória de algo existente e já utilizável, mas cuja natureza essencial não se conhece, e muito menos ainda a origem.

O enteal, porém, e muito mais ainda o espiritual, acham-se acima de tudo quanto é material; são, partindo da Terra para cima, a continuação para a origem de tudo quanto existe ou, o que é mais natural, de cima para baixo, o que precedeu o material no desenvolvimento.

Deve-se levar em consideração que todo o espiritual, assim como todo o enteal, necessitam evidentemente e condicionado de modo natural, devido ao desenvolvimento, do manto de um corpo de matéria grosseira, tão logo, em obediência às leis de evolução, penetrem, como fator formador e núcleo vivo, até a matéria grosseira. Cada discórdia desfar-se-á logo, quando finalmente ou se progride mais para cima em todo o pesquisar, isto é, para cima de tudo o que é material, ou se prossegue no caminho natural de desenvolvimento de cima para baixo.

 É chegado o tempo em que se deve dar o passo para tanto. Contudo, a maior cautela é requerida aí, a fim de que o saber espiritual, que traz de modo evidente a lógica em si, não seja despercebidamente rebaixado em ignorante fantasia. Deve-se atentar que ao enteal e ao espiritual também somente se pode enfrentar com espirito claro, livre, não como no material, com balanças, bisturis e tubos de ensaio.

Tampouco com espirito acanhado ou preconceitos, conforme tantas vezes se intenciona. Isso se proíbe por si mesmo intransponivelmente, segundo as leis vigentes da Criação. Nisso a pequena criatura humana, mesmo com a maior arrogância, nada poderá torcer da férrea Vontade de seu Criador em Sua perfeição.

 A diferença essencial entre o ser humano e o animal se encontra, portanto, exclusivamente em seu íntimo. O animal, depois de despir o corpo de matéria grosseira, só pode regressar ao enteal, ao passo que o ser humano volta ao espiritual, que se acha bem mais acima.

O ser humano consegue, em certo sentido, descer muitas vezes ao nível do animal; no entanto, sempre terá que permanecer ser humano, já que lhe é impossível esquivar-se à responsabilidade, que tem o germe em sua origem espiritual. Todavia, o animal, com sua origem enteal, não pode nunca pode se elevar à condição de ser humano. A diferença entre os corpos existe, pois, apenas na forma e no desenvolvimento mais nobre da criatura humana, levado a efeito pelo espírito, depois que penetrou no corpo de matéria grosseira. (*)

Abdruschin

 

(*) Dissertação “A Criação do Ser Humano”

 

Dissertação 39 “A diferença de origem entre o ser humano e o animal” da obra “Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal”, volume II

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