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Mensagem do Graal

Em cada povo, em cada ser humano, tem de existir, primeiro, a base para a receção dos elevados reconhecimentos de Deus, que se encontram na doutrina de Cristo

Mensagem do Graal

Em cada povo, em cada ser humano, tem de existir, primeiro, a base para a receção dos elevados reconhecimentos de Deus, que se encontram na doutrina de Cristo

A vida

Novembro 01, 2015

O conceito do ser humano sobre a vida tem sido errado até agora. Tudo quanto ele denominava vida, nada mais é do que um movimento impulsionado, que deve ser considerado apenas como efeito natural da verdadeira vida.

Na Criação inteira é, portanto, formador, maturativo, conservador e desintegrador apenas o efeito posterior do movimento mais ou menos forte. O raciocínio humano pesquisou esse movimento como sendo o mais elevado e aí encontrou os seus limites. Não pode ir além em suas pesquisas, por ser ele mesmo um produto desse movimento. Por isso denominou-o, por ser o máximo de seu reconhecimento, simplesmente de “força” ou “força viva”, ou denominou-o também de “vida”.

Contudo, não é força nem vida, mas tão-somente um efeito natural e inevitável disso, pois força existe apenas na própria vida, é uma só coisa com ela, inseparável. Uma vez, pois, que a força e a vida são inseparáveis, a Criação, porém, apenas formada, conservada, e novamente desintegrada pelo movimento, também não se pode falar de força nem de vida dentro da Criação.

Quem, portanto, quiser falar em descoberta da força primordial ou até em aproveitamento dessa força primordial por meio de máquinas, está enganado, porque nem poderá encontrar essa força dentro da Criação. Considera como tal algo diferente e o denomina, apenas segundo a sua aceção, erroneamente de “força”. Uma tal pessoa prova com isso, porém, não ter ideia alguma dos fenómenos na Criação ou dessa própria Criação; contudo, não pode ser censurada a respeito, pois coparticipa dessa ignorância com todos os seus semelhantes, instruídos ou não instruídos.

Por isso falei desde o começo na minha Mensagem de uma “força” que perflui a Criação, porque só dessa maneira eu podia tornar muitas coisas compreensíveis aos seres humanos.

Do contrário nem teriam compreendido minhas explanações. Mas agora posso prosseguir e dar uma imagem que reflete de modo realístico os acontecimentos de todos os fenómenos. Essa descrição é nova, mas não altera nada de meus esclarecimentos até aqui dados, pelo contrário, tudo permanece exatamente assim como eu disse e é real. O novo em minha atual transmissão é apenas aparente, porque desta vez eu o ilumino de maneira diferente.

Dou com isso uma base firme, uma grande taça em que a pessoa pode colocar tudo o que foi dito na presente Mensagem como um conteúdo borbulhante em contínuo movimento, perfazendo um todo, algo absolutamente entrelaçado, confluente. Assim, o ser humano ganha uma visão global inteiramente harmoniosa e inesgotável para ele, do grande fenómeno até aí desconhecido dele, o qual encerra em si seu próprio evoluir e existir.

O ouvinte e leitor procurem, pois, conceituar em imagens o que eu lhes desenrolo:

Vida, vida real, é algo completamente autónomo, completamente independente. Do contrário não deveria ser denominado de “vida”. Essa, contudo, só se encontra em Deus! E uma vez que fora de Deus nada é realmente “vivo”, só Ele tem a força que está na vida. Unicamente Ele, portanto, é a frequentemente chamada força primordial ou, aliás, a “força”! E na força reside, por sua vez, a Luz! A expressão “Luz primordial” para isso é identicamente errada como a expressão “força primordial”, pois existe simplesmente apenas aquela Luz única e aquela força única: Deus!

A existência de Deus, da força, da Luz, portanto da vida, já por si só condiciona as Criações! Pois a Luz viva, a força viva não pode evitar irradiações. E essas irradiações, pois, encerram todo o necessário para a Criação.

A irradiação, porém, não é a própria Luz!

Portanto, tudo o que existe fora de Deus tem sua origem exclusivamente na irradiação de deus! Essa irradiação, contudo, é para a Luz um efeito evidente. E esse efeito sempre existirá, desde a eternidade.

A intensidade da irradiação é, pois, nas proximidades da Luz, evidentemente mais forte, de maneira que ali não pode haver nenhum outro movimento senão o absoluto e rigoroso movimento para a frente, que reside na irradiação. Assim emana de Deus para longe, para distâncias lendárias, cuja extensão um espírito humano não consegue imaginar.

Lá, porém, onde esse incondicional impelir para a frente, equivalente a uma pressão contínua e descomunal, diminui por fim um pouco, o movimento apenas impulsionador de até então passa para um sentido circular. Esse sentido circular é provocado pelo facto de que a concomitante atração atuante da força viva retrai novamente tudo o que foi lançado além do limite da irradiação integral, até o ponto onde predomina o movimento que impele apenas para a frente. Originam-se assim os movimentos circulares em forma elíptica, por não ser uma movimentação própria, mas apenas produzida através do lançamento para além de certo ponto e o seguinte retraimento provocado pela atração que reside na força, portanto no próprio Deus.

Além disso age aqui ainda o processo de cisão da irradiação em espécie positiva e negativa, o que ocorre na saída da esfera Divina de incandescência branca.

[…]

A Luz branca, isto é, a irradiação de Deus, onde tão-somente o que é Divinal pode manter-se consciente, contém portanto em si todos os componentes fundamentais da Criação, os quais, no resfriamento lento, sedimentam para baixo, formam-se no movimento e congregam-se formados, contudo sem mais se absorverem reciprocamente, visto lhes faltar a pressão específica para tanto. Em cada grau que fica para trás. Primeiro o Divinal, depois o espiritual e a seguir o enteal, até que finalmente apenas a matéria fina e a grosseira continuam descendo.

Assim a Criação é propriamente a sedimentação da irradiação da Luz viva, no progressivo resfriamento da Luz branca. O espiritual, bem como o enteal, só podem formar-se conscientizar-se em um bem determinado grau de resfriamento, o que equivale à diminuição da pressão da irradiação de Deus.

Quando falo aqui de um derreter-se ou dissolver-se do espírito humano, sob uma pressão excessiva da irradiação da Luz, não é de se considerar acaso, com esse limite, o nirvana dos budistas, como estes talvez queiram interpretar meu esclarecimento. Meu atual esclarecimento trata apenas dos fenómenos na direção da luz para baixo, ao passo que o nirvana seria o ponto culminante do caminho para cima.

Aí seria passado um ferrolho, pois para chegar desta Terra até o reino espiritual, o Paraíso, em cujo supremo limite se deve procurar aquele ponto, cada espírito humano, no estado “autoconsciente”, já deve ter alcançado a máxima maturidade. Maturidade segundo a Vontade Divina e não acaso segundo a opinião humana. Do contrário, não poderá entrar nesse reino. Estando, porém, como espírito autoconsciente, amadurecido até esse ponto, será rigorosamente retido, repelido pela aumentada pressão da esfera Divina, já no limite. Mais adiante, não pode! E nem quer. Na esfera Divina jamais conseguiria deleitar-se com as alegrias, visto não poder ser mais espírito humano lá, pelo contrário, seria fundido, ao passo que no reino espiritual, no Paraíso, encontra alegrias eternas e, com gratidão, nem mais pensa querer ser dissolvido totalmente.

Além disso, ele é necessário em seu pleno amadurecimento para o soerguimento e o aperfeiçoamento dos planos que ficam abaixo dele, que em sedimentos ulteriores só são capazes de resistir a uma pressão ainda menor do que ele próprio. Lá ele, o espírito humano, é o maior, porque resiste a uma pressão maior, necessitando dela até.

A missão do espírito humano, pois, nessas camadas inferiores, é tornar acessível à influência das puras irradiações da Luz, tanto quanto possível, tudo o que estiver abaixo dele, com a força nele inerente, e assim poder agir como mediador, através da pressão mais forte, proporcionando bênçãos para tudo o mais, porque pode receber essa pressão superior e, repartindo, transmiti-la, a qual, purificando, desintegra tudo o que é impuro.

Infelizmente, nisso a criatura humana procedeu mal. Certamente desenvolveu-se nas Criações tudo o que devia se desenvolver até agora, seguindo a pressão ou impulso, porém de modo errado, porque a criatura humana não somente falhou aqui, mas até conduziu enganadoramente para baixo, ao invés de para o alto! Por esse motivo originaram-se somente feias caricaturas de tudo, em lugar de beleza natural.

Ser natural, porém, significa subir, esforçar-se em direção ao alto, seguindo a atração da força viva. Pois pela naturalidade tudo se esforça somente para cima, como cada erva, cada flor, cada árvore. Assim, lamentavelmente, aquilo que a vontade humana conduziu, só ainda exteriormente apresenta semelhança com o que devia estimular.

Uma rica vida interior, por exemplo, muitas vezes é confundida exteriormente, em observação superficial, com o vazio que se mostra no snobismo. A veneração pura de tudo quanto é belo é, em suas manifestações iniciais, também semelhante à baixa cobiça, pois ambas apresentam certo grau de entusiasmo, mas apenas uma é legítima, a outra é falsa, servindo tão-só como meio à finalidade. Assim, a verdadeira graça é substituída pela vaidade, o verdadeiro servir simulado pela ambição. Dessa maneira prossegue tudo o que o ser humano criou. Raramente seus caminhos conduzem à Luz. Quase tudo propende para as trevas.

Isso tem de ser extirpado, para que dessa Sodoma e Gomorra venha, agora, o Reino de Deus na Terra! Tudo finalmente ao encontro da Luz para o que o ser humano é o mediador!

- - -

Da própria Luz, de Deus, não falo aqui. É-me demasiado sagrado! Além disso, o ser humano jamais poderia compreender isso; tem de se contentar por toda a eternidade de que Deus é!

Abdruschin

                        

Excerto da Dissertação 71 “A Vida” da obra “Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal”, volume II

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