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Mensagem do Graal

Em cada povo, em cada ser humano, tem de existir, primeiro, a base para a receção dos elevados reconhecimentos de Deus, que se encontram na doutrina de Cristo

Mensagem do Graal

Em cada povo, em cada ser humano, tem de existir, primeiro, a base para a receção dos elevados reconhecimentos de Deus, que se encontram na doutrina de Cristo

Caminhos errados

Novembro 05, 2015

As criaturas humanas, com poucas exceções, se encontram num engano ilimitado e, para elas, funesto!

Deus não necessita correr atrás delas nem rogar-lhes que acreditem na Sua existência. E também seus servos não são enviados para advertir continuamente, implorando para não O abandonar em hipótese alguma. Seria ridículo até. Seria menosprezar e rebaixar a Divindade excelsa pensar assim e esperar tal coisa.

Essa suposição errónea causa grande dano. É alimentada pelo procedimento de muitos padres realmente sérios, que, no seu sincero amor a Deus e aos seres humanos, experimentam, sempre de novo, convencer e conquistar criaturas humanas materialistas para a igreja. Tudo isso contribui para aumentar desmedidamente a arrogância dos seres humanos, já tão cheios de si, dando por fim a muitos a ilusão de que devem ser implorados para querer o bem.

Isso contribui também para a esquisita atitude da maioria dos “fiéis” que assim, na maior parte das vezes, se apresentam como exemplos aterradores e não como modelos. Milhares e milhares sentem no seu íntimo uma certa satisfação, dão-se conta de um sentimento de elevação, só porque creem em Deus, porque recitam suas orações com a seriedade que lhes é possível e não causam intencionalmente dano algum ao próximo.

Nessa íntima “sensação de elevação” sentem uma certa compensação do bem, um agradecimento de Deus por sua obediência, uma espécie de ligação com Deus, em Quem também às vezes pensam com certo estremecimento sagrado, que causa ou deixa uma sensação de bem-aventurança, usufruída com felicidade.

Mas essa multidão de fiéis segue um caminho erróneo. Vivem felizes numa ilusão por eles próprios criada, alistando-se com isso inconscientemente no número dos tais fariseus que levavam suas pequenas oferendas com sentimentos de gratidão real, porém, errados: “Agradeço-Te, Senhor, por não ser como aqueles”. Claro é que não pronunciam tais palavras nem chegam a pensar assim realmente, mas o “eufórico sentimento” que experimentam no seu íntimo não significa mais do que aquela inconsciente oração de agradecimento, que já Cristo declarou como falsa.

Essa “sensação de elevação” interior outra coisa não representa em tais casos senão a consequência de uma autossatisfação provocada pela oração ou por bons pensamentos forçados. Os que se denominam humildes acham-se muitas vezes longe deveras da humildade! Faz-se mister grande sacrifício para se falar com tais fiéis. Jamais, em tempo algum, através de tal atitude alcançarão eles o estado de bem-aventurança que já supõem possuir! Bom será que cuidem de não se perder de todo, em seu orgulho espiritual, que consideram humildade.

Muitos do que até hoje ainda são incrédulos absolutos acabarão entrando com mais facilidade no Reino de Deus do que todas as multidões com sua vaidosa humildade, e que na verdade não se apresentam diante de Deus simplesmente rogando, mas sim exigindo que as recompense por suas orações e palavras piedosas. Seus rogos são exigências, sua maneira de ser hipocrisia. Serão varridas de Seu semblante como debulho vazio. Receberão a recompensa, sim, porém muito outra do que pensam. Já se saciaram suficientemente nesta Terra com s consciência de seu próprio valor.

A sensação eufórica desaparecerá logo no traspasse para o mundo de matéria fina, onde se põe em evidência a intuição íntima até aí mal pressentida, enquanto o sentimento até agora produzido de modo predominante apenas por pensamentos se desfaz em nada.

A assim chamada expetativa íntima, silenciosa e humilde, esperando uma melhoria, nada mais é na realidade do que uma exigência, mesmo quando de maneira diferente é expressa em palavras, por mais belas que sejam.

Cada exigência nada mais é do que uma arrogância. Só Deus pode exigir! Também Cristo não veio rogando até às criaturas humanas com sua Mensagem, e sim advertindo e exigindo. Sim, deu esclarecimentos sobre a Verdade, mas não expôs atraentes recompensas diante dos olhos dos seus ouvintes para dessa maneira os compelir a se tornarem melhores. Com serena severidade, ordenou aos que verdadeiramente procuravam: ide e agi de acordo!

Deus está diante da humanidade exigindo, não chamando e suplicando, não se queixando e lamentando. Calmamente abandonará às trevas todos os maus, bem como todos os indecisos, para não mais expor aos ataques aqueles que desejam ascender, e para deixar os outros vivenciar profundamente tudo quanto consideram certo, a fim de que possam chegar ao reconhecimento de seu erro!

Abdruschin

 

Dissertação 17 “Caminhos errados” da obra “Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal”, volume I

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