Deuses - Olimpo - Valhala
Novembro 01, 2015
Há quanto tempo já se procura obter sobre os conhecidos deuses dos tempos passados uma interpretação certa e uma ligação com o tempo atual. Convocados e pessoas eruditas procuram uma solução que traga esclarecimento total.
Mas isso só pode ocorrer, se essa solução der simultaneamente uma visão geral sem lacunas sobre todos os tempos! Desde o começo da humanidade até agora. Do contrário permanecerá outra vez uma obra fragmentária. Não adianta destacar, simplesmente, aquele tempo em que floresceram os conhecidos cultos dos deuses gregos, dos romanos bem como dos germanos. Enquanto os esclarecimentos não abrangerem ao mesmo tempo todo o evoluir e o perecer, de dentro para fora, de modo bem natural, estarão errados. As tentativas levadas a efeito até agora, apesar da sagacidade empenhada, evidenciaram finalmente, sempre de novo, somente malogro; não conseguiram se manter diante de sentimentos intuitivos mais profundos, ficaram no ar, sem ligação com as épocas anteriores e posteriores.
Nem é de se esperar diferentemente, se se observar de modo atento a evolução dos seres humanos.
Os ouvintes e leitores de minha Mensagem do Graal deveriam chegar por si à conclusão de como as coisas decorrem nesse terreno, as quais em parte até já foram relegadas para o reino das lendas e das sagas, ou procurou-se interpretá-las como meras configurações de fantasia de conceções religiosas, formadas e imaginadas de observações da natureza, em conexão com os acontecimentos diários.
Não deve ser difícil àquele que pensa e perscruta, encontrar nas antigas doutrinas de deuses algo mais do que apenas lendas de deuses. Há-de ver até nitidamente o fenómeno real! Quem quiser que me siga, pois!
Volto aqui à minha dissertação: “Pai perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem”. Lá relatei brevemente a história da humanidade na Terra, desde o princípio até hoje. Dei também uma perspetiva do prosseguimento ulterior. Com isso mostrou-se como, no meio de um circular orbital da Criação, o enteal, situado mais abaixo do que o espiritual, cumpriu o máximo de sua capacidade dentro do material, localizado ainda mais abaixo, tendo proporcionado com esse cumprir passagem livre à penetração do espiritual mais elevado, cujo processo se repete na Criação constantemente. Esclareci também como no corpo animal desenvolvido pelo enteal ao máximo, chamado homem primitivo, só então foi dada, em seu desenvolvimento máximo, a possibilidade de penetração de um germe espiritual, o que também ocorreu, e que, nesse ponto de desenvolvimento da Criação, outrossim, sempre ocorrerá novamente. No animal de outrora, desenvolvido ao máximo entrou assim algo novo, o espiritual, que até então não estava nele.
Desse processo não se deve no entanto, tirar precipitadamente a conclusão de que tal fenómeno se repete constantemente na mesma parte do Universo durante o seu desenvolvimento progressivo, pois, assim não é! Na mesma parte apenas acontece uma vez.
A lei de atração da igual espécie passa aqui, igualmente, no desenvolvimento progressivo, um ferrolho irremovível com relação a uma repetição na mesma parte do Universo. Atração da igual espécie equivale nesse caso à admissão durante um bem determinado período evolutivo, no qual, devido a certo estado de semi-amadurecimento da matéria, sementes espirituais esvoaçando nos limites podem lançar-se, qual meteoritos, na matéria que se acha em estado de recetividade para tanto, a fim de serem absorvidas, envolvidas, isto é, encapsuladas e retidas pelos pontos preparados para a receção, nesse caso, pelos corpos animais de outrora, desenvolvidos ao máximo.
Exatamente como em escala pequena, num processo químico de fusão, a ligação de uma matéria estranha só se torna possível em bem determinado grau de calor ou de incandescência da massa recetora, depois desse calor ou incandescência ter produzido, por sua vez, também um estado todo especial nessa massa, alcançável somente naquele determinado grau. A mínima alteração nisso torna novamente impossível a união, e as matérias se contrapõem de modo rejeitante e inacessível.
Aqui a igual espécie se encontra num determinado grau de amadurecimento mútuo, que apenas aparentemente apresenta grandes contrastes, pois está equilibrada pela diferença de nível, superior e inferior, de ambas as partes em fusão. O ponto mais inferior do espiritual é, na maturidade, semelhante ao ponto mais alto do enteal situado abaixo dele. Só é possível uma ligação nesse ponto exato de encontro. E como a matéria em seu desenvolvimento sempre se movimenta no grande circular orbital, no germinar, florescer, amadurecer e decompor pelo super-amadurecimento, enquanto o espiritual se acha acima dela, esse processo só pode ocorrer sempre num bem determinado ponto, em ligação inflamadora durante a passagem rotatória da matéria. Uma fecundação espiritual da matéria que lhe vem ao encontro, preparada para isso através da atuação do enteal.
Tendo uma parte do Universo, em sua rotação, ultrapassado esse ponto, cessa então para ela a possibilidade de fecundação espiritual por germes espirituais, enquanto a que se lhe segue se coloca em seu lugar, iniciando-se para aquela, porém, uma nova fase em que os espíritos em amadurecimento podem entrar, e assim por diante. Não disponho de espaço nesta dissertação para desenrolar toda a fenomenologia do Universo. Mas um pesquisador sincero poderá bem imaginar o prosseguimento.
Logo ao entrar na matéria, o espiritual, em consequência de sua constituição mais elevada, fez sentir a sua influência viva sobre tudo o mais, mesmo em seu estado inconsciente de então. Começou a dominar com a entrada na matéria. Como esse espiritual elevou então o corpo animal, pouco a pouco, até o atual corpo humano, não fica mais incompreensível, pois, a nenhum leitor.
Todavia, aqueles corpos animais de raça desenvolvida ao máximo naquele tempo. Nos quais não penetraram sementes espirituais, pararam em seu desenvolvimento, uma vez que neles o enteal já havia atingido o máximo, faltando a força do espiritual para seguir adiante, e com a parada ocorreu rapidamente um superamadurecimento, ao que se seguiu o retrocesso para a decomposição. Existiam para essa raça apenas duas possibilidades, ou o soerguimento pelo espírito ao corpo humano, ou extinção, desintegração. E com isso cessou totalmente de existir essa espécie animal madura.
Sigamos agora a lenta autoconscientização desse inicialmente inconsciente germe espiritual para um espírito humano e acompanhemos, em espírito, sua gradual penetração nas camadas e ambientes que o envolvem.
Isso não é assim tão difícil, porque o processo evolutivo se mostra exteriormente com bastante nitidez. Basta observar as raças humanas que ainda hoje se encontram na Terra.
[…]
Os cultos religiosos da humanidade, em suas diversidades, não se originam absolutamente de fantasia alguma, pelo contrário, mostram setores da vida no assim chamado Além. Mesmo o curandeiro de uma tribo de negros ou de índios tem a sua razão de ser no degrau inferior de seu povo. O facto de aí se misturarem charlatões e impostores, não pode desacreditar a coisa em si.
Demónios, entes das florestas e do ar, e também os assim chamados deuses antigos, encontram-se ainda hoje nos mesmos lugares, inalteradamente, e na mesma atividade de antes. Também o supremo Templo desses grandes guias de todos os elementos, o Olimpo ou o Valhalá, jamais foi lenda, mas sim visto na realidade. O que, porém, as criaturas humanas, que estacionaram no desenvolvimento não mais puderam ver são os espíritos primordiais, as imagens de Deus, primordialmente criadas, que igualmente possuem um Templo no ápice denominando-o Templo do Graal, o Supremo Templo do espiritual primordial e assim também de toda a Criação!
Somente por meio de inspirações pôde ainda chegar notícia da existência desse Supremo Templo aos seres humanos que se encontram no limiar de todo o espiritual, uma vez que espiritualmente não amadureceram tanto para ver também aquilo pressentidamente.
Tudo é vida! Somente os seres humanos que se julgam progressistas, em vez de progredir, desviaram-se, voltando em direção às profundezas.
Agora não se deve acaso esperar ainda que com um desenvolvimento ulterior devesse se alterar novamente o conceito de Deus, ensinado por Cristo e pela minha Mensagem do Graal! Esse permanece de agora em diante, porque algo mais não existe.
Com um ingresso, que hoje ainda falta, no espiritual e o aperfeiçoamento nisso, cada espírito humano pode ascender tanto, que por fim adquirirá incondicionalmente a convicção desse facto no vivenciar interior. Poderia então de modo conscientemente, estando na força de Deus, realizar feitos grandiosos, para os quais já fora convocado desde o princípio. Mas então nunca mais se atreveria a imaginar que tenha em si algo de Divino. Essa ilusão é exclusivamente o carimbo e o cunho de sua imaturidade de hoje!
No estado consciente correto, porém, encontrar-se-ia então a grande humildade, originar-se-ia o servir libertador, o que é dado pela doutrina pura de Cristo sempre como exigência.
Somente quando os missionários, os pregadores e os precetores, baseados no saber do desenvolvimento natural de toda a Criação, e com isso também no conhecimento exato das leis da Vontade Divina, começarem sua atividade, sem saltos e sem deixarem lacunas, é que poderão obter verdadeiros resultados, espiritualmente vivos.
Agora cada religião, infelizmente, nada mais é do que uma forma rígida, que conserva sempre penosamente um conteúdo inerte. Após a transformação indispensável, no entanto, ao adquirir vida, esse conteúdo até então inerte torna-se vigoroso, rebenta as frias, mortas e rígidas formas, e bramindo se derrama jubilosamente sobre todo o Universo e entre todos os povos!
Abdruschin
Excerto da Dissertação 67 “Deuses – Olimpo - Valhala” da obra “Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal”, volume II