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Mensagem do Graal

Em cada povo, em cada ser humano, tem de existir, primeiro, a base para a receção dos elevados reconhecimentos de Deus, que se encontram na doutrina de Cristo

Mensagem do Graal

Em cada povo, em cada ser humano, tem de existir, primeiro, a base para a receção dos elevados reconhecimentos de Deus, que se encontram na doutrina de Cristo

Era uma vez...!

Novembro 05, 2015

São apenas três palavras, todavia parecem uma fórmula mágica, pois trazem consigo a prosperidade de despertar imediatamente em cada ser humano um sentimento intuitivo fora do comum. Raramente se trata dum sentimento intuitivo sempre igual. É semelhante ao efeito da música. Tal como sucede com a música, estas três palavras encontram seu caminho imediatamente para o espírito do ser humano, seu verdadeiro “eu”. Naturalmente, apenas com aqueles que não mantêm o espirito inteiramente enclausurado, e que ainda não perderam sua verdadeira natureza humana aqui na Terra.

Cada pessoa, porém, ante estas palavras, mesmo que não queira, sente imediatamente reminiscências de vivências passadas. Estas logo se apresentam vivas diante dela, e com a imagem sobrevém também o sentimento intuitivo correspondente.

Ternura saudosa para uns, felicidade melancólica, ou também silenciosos desejos irrealizáveis. Para outros, no entanto, orgulho, cólera, horror ou ódio. O ser humano sempre pensa em algo que outrora vivenciou, que lhe produziu uma impressão fora do comum, mas que ele presumia desde muito já extinta no seu íntimo.

Entretanto, nele nada se apagou, nada ficou perdido daquilo que ele realmente vivenciou outrora. Tudo isso pode chamar ainda de coisa sua, realmente adquirida e por conseguinte imperecível. Mas somente aquilo que foi vivenciado! Outra coisa não poderá surgir com tais palavras.

Preste o ser humano atenção, com cuidado e com o sentido alerta, exatamente sobre isso, e logo reconhecerá o que existe deveras vivo dentro dele e o que pode ser denominado morto, como forma sem alma de recordações inúteis.

Só tem finalidade e proveito para o ser humano, o que não devemos tomar aqui na aceção do corpo material, aquilo que durante sua existência terrena atuou com bastante profundidade, imprimindo-lhe na alma seu cunho particular, indelével e permanente. Somente tais impressões têm influências sobre a formação da alma humana, e assim, prosseguindo, influem também sobre a evolução do espírito em seu desenvolvimento permanente.

Na realidade, portanto, só aquilo que deixa uma impressão de tal maneira profunda é vivenciado e com isso tornado propriedade. Tudo o mais passa sem efeito, ou no máximo contribui como meio auxiliar para preparar acontecimentos aptos a causar grandes impressões.

Feliz daquele que pode denominar suas, muitas e tão fortes vivências, quer tenham sido de alegria ou de dor suas origens, pois essas impressões serão um dia o que de mais valioso uma alma humana levará consigo em seu caminho para o Além.

Os trabalhos puramente terrenos produzidos pelo raciocínio, conforme é usual hoje, servem só, quando bem aplicados, para facilitar a existência corporal terrena. Este é, raciocinando, com nitidez, o verdadeiro alvo de cada atuação do raciocínio! Não há nunca, em última análise, outro resultado. Em toda a sabedoria escolar, não importando qual seja o setor, assim como em todas as realizações, tanto na esfera do estado, ou na família, em cada pessoa individualmente ou nas nações, bem como, finalmente, na humanidade inteira.

[…]

Desalentados, o tempo é chegado! Levantai a fronte que tantas vezes tivestes que baixar sob o peso da vergonha, sempre que a injustiça e a estupidez vos infligiram tão profundo sofrimento. Encarai hoje calmamente o adversário, que assim quis subjugar-vos!

As vestes pomposas de até agora já estão bem estraçalhadas. Através de todos os seus buracos já se vê finalmente a figura em sua forma verdadeira. Incerto, mas nem por isso menos arrogante, torna-se visível o fatigado produto do cérebro humano, o raciocínio, que se deixou elevar a espirito… sem compreender!

Tirai sossegadamente a venda e olhai mais nitidamente em redor de vós. Um olhar de relance por alguns bons jornais geralmente basta para dar uma visão clara de toda uma série de coisas. Ver-se-á um esforço paroxístico para se agarrarem ainda a todas as velhas aparências. Procura-se com arrogância e não raro com sarcasmos grosseiros encobrir toda essa incompreensão que cada vez  se exterioriza mais nitidamente. Muitas vezes uma pessoa se esforça, empregando expressões insípidas, para julgar algo, do que, na realidade, não possui terminantemente sequer um vislumbre de discernimento.

Até mesmo pessoas com qualidades assaz boas debandam desanimadas para caminhos pouco limpos, somente para não terem de confessar que muitas coisas ultrapassam a capacidade de compreensão de seu próprio raciocínio, sobre o qual se apoiaram exclusivamente até bem pouco tempo. Não percebem quanto é ridículo seu procedimento, não veem a nudez que dessa maneira só ajudam a aumentar. Confusos, ofuscados, em breve enfrentarão a verdade, olhando entristecidos para sua vida estragada, reconhecendo assim envergonhados que não passa de estupidez o que era tido como sabedoria.

[…]

E ninguém vê esse resvalar tempestuoso rumo ao abismo horrendo!

Quem sente isso intuitivamente mantém-se por enquanto em silêncio, com a consciência envergonhada de que seria ridículo se falasse. Trata-se já de uma confusão doida, onde desponta o reconhecimento da incapacidade. E com o pressentir do reconhecimento, tudo se revolta mais ainda, seja por teimosia, por vaidade, e não último pelo temor e o pavor do que há-de sobrevir. Não querem por nenhum preço já agora pensar no fim desse grande erro! Agarram-se paroxisticamente na orgulhosa construção dos milénios passados, que tanto se assemelha à construção da torre de Babel e acabará identicamente!

O materialismo, até agora não vencido, traz em si o pressentimento da morte, que mês após mês se torna mais evidente!

Nas inúmeras almas, por toda a parte, na Terra inteira, isso já se faz sentir! Sobre o brilho da Verdade só resta uma ténue camada de conceções velhas e falsas que o primeiro golpe de vento purificador soprará para longe, de modo a assim libertar o núcleo, cujo luzir se ligará a tantos outros, desenvolvendo sua auréola radiante que se elevará como uma chama de agradecimento em direção ao reino da luminosa alegria, aos pés do Criador.

Será a época do tão almejado Reino do Milénio, que está diante de nós como grande estrela de esperança em radiante promessa!

Ficará assim remido finalmente o grande pecado da humanidade inteira contra o espírito, que o deixou preso à Terra por meio do raciocínio! Somente esse será então o caminho certo para a volta ao natural, o caminho da Vontade do Criador, que quer que as obras dos seres humanos sejam grandes e perfluídas por sentimentos intuitivos vivos! E a vitória do espirito será também simultaneamente a vitória do mais puro Amor!

Abdruschin

 

Excerto da Dissertação 19 “Era uma vez…!” da obra “Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal”, volume I

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