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Mensagem do Graal

Em cada povo, em cada ser humano, tem de existir, primeiro, a base para a receção dos elevados reconhecimentos de Deus, que se encontram na doutrina de Cristo

Mensagem do Graal

Em cada povo, em cada ser humano, tem de existir, primeiro, a base para a receção dos elevados reconhecimentos de Deus, que se encontram na doutrina de Cristo

Os planos espírito-primordiais III

Novembro 01, 2015

Primordialmente criados! A expressão vos é familiar, porém nada podeis imaginar a respeito, ou aquilo que imaginais nunca poderá corresponder ao facto em si.

Por isso, quero aproximar-vos da compreensão disso, a fim de que possais tornar-vos sabedores, até onde é possível a um ser humano.

Se eu quiser falar-vos a respeito do reino dos primordialmente criados, tenho de principiar novamente por Parsival, do qual se originou a Criação primordial.

A respeito de Parsival já sabeis do principal. Sabeis de onde veio e o que ele é.

Ao núcleo de Luz inenteal da trindade Divina se une o plano da imediata irradiação da força de Deus, inconcebível para tudo quanto é criado, a esfera do ambiente vivo da incontida irradiação da força de Deus, de eternidade a eternidade. Assim sempre foi.

E quando a Criação teve de surgir da Vontade de Deus-Pai, tudo só se pôde desenvolver dentro do necessário curso da ação ou dos acontecimentos, que hoje conseguis imaginar logicamente através da Mensagem.

A Criação teve de surgir através da Vontade criadora de Deus-Pai! A Vontade criadora de Deus-Pai é, como tal, Imanuel, sendo pessoal no criar, apesar de estar ou permanecer inteiramente no Pai, e o Pai está nele, no seu criar.

Creio que assim muita coisa se torna cada vez mais compreensível.

Da mesma forma que a Vontade criadora, Imanuel, é pessoal, assim também o Amor, na atuação, se tornou pessoal em Jesus.

Ambos, como partes do Pai, são um só com Ele, e o Pai está neles. Desde a eternidade até toda a eternidade.

Jesus é o Amor de Deus; Imanuel é a Vontade de Deus! Por isso a Criação vibra em seu nome. Tudo quanto nela acontece, tudo quanto nela se realiza se acha inscrito nesse nome, o qual mantém a Criação, do menor ao maior fenómeno! Nada existe que não se origine desse nome e que não tenha de cumprir-se nele.

Vós, seres humanos, não pressentis a grandeza que reside nisso, pois esse nome é a lei viva em sua origem e, no cumprimento, ele mantém o Universo com tudo o que está nele contido.

Nesse nome jaz o destino de cada indivíduo, pois tendes de julgar-vos nele, uma vez que estais todos ancorados firmemente nele.

E o nome é! Ele é vivo e pessoal, pois o nome e o seu portador são um só, inseparáveis.

A obra da Criação tinha de pertencer à Vontade criadora, portanto a Imanuel, que é a Vontade criadora em Deus!

E como a Criação tinha de originar-se somente fora da imediata irradiação da Luz primordial, existente já desde a eternidade, e impossível de ser contida, resultou a necessidade de colocar uma pequena parte da própria Vontade criadora de Deus para fora dos limites da irradiação imediata. Uma parte que ficasse eternamente unida com a Vontade criadora no inenteal e, apesar disso, permanecendo fora da esfera Divina, atuasse por si mesma, para que através de sua irradiação a Criação pudesse formar-se e conservar-se.

E essa pequena parte, que foi colocada para fora, proveniente da Vontade criadora de Deus, a fim de que a Criação pudesse formar-se de sua irradiação e também conservar-se, é Parsival!

Seu núcleo inenteal, proveniente de Imanuel, recebeu forma através da Rainha primordial Elisabeth, isto é, um invólucro, que se tornou uma âncora para ele, a fim de poder permanecer fora da esfera Divina! E esse invólucro, essa forma, é o recetáculo sagrado no qual Imanuel está ancorado, atuando através dele.

Em Abdruschin esteve, em determinada época, Parsival na Terra, enquanto que então, na hora da realização, Imanuel, como tal, toma posse do invólucro terreno de Parsival, após penosas purificações desse invólucro.

Só depois, pouco a pouco, a força inteira pode descer para o invólucro, a fim de cumprir, como graça, as promessas Divinas, feitas aos seres humanos.

Assim desenrolo mais uma vez o imensurável acontecimento perante o vosso espírito, como base para a compreensão a respeito de Parsival!

É infinitamente penoso proporcionar uma imagem clara para a compreensão terrena, e não devo esquivar-me quanto ao número de dissertações, se eu quiser alcançar isso.

Por essa razão, já antecipei claramente, na primeira dissertação, que os esclarecimentos só se destinam àqueles seres humanos que já puderam vivenciar a Mensagem plenamente dentro de si! Somente eles estão aptos a seguir-me, se se empenharem com toda a força, sempre de novo, até conseguirem compreender, pois dou tais explicações fracionadamente, de tal maneira que sejam acessíveis ao espírito deles.

Antes de tudo, não deveis imaginar a expressão “filho” em sentido humano; não como um filho numa família humana.

“Filho” significa para o Divino uma “parte”; uma parte especialmente atuante do Pai. Filho e Pai constituem um só todo, jamais podendo ser separados!

Não imagineis isso, portanto, segundo a maneira humana, pois isso teria de resultar numa imagem completamente errada! Conduzir-vos-ia a conceitos errados, que excluem por completo a realidade e que, já por isso, nunca deixariam que vos aproximásseis da verdade!

Talvez fosse melhor dizer: tudo e somente Deus-Pai, Ele atua na trindade como um só!

Provavelmente em imagem isso se aproxime bem mais da vossa compreensão. E considerado a partir do ponto de origem, é descrito mais acertadamente, pois só existe um Deus! Aquilo que o Filho de Deus faz, o faz partindo do Pai, no Pai e para o Pai! Sem o Pai ele não seria nada, pois é uma parte do pai, e o próprio Pai está nele e atua nele.

Também aqui talvez possamos aproximar-nos um pouco mais da compreensão terrena, se imaginardes assim; o Pai não atua, acaso, partindo do filho, isto é, não atua através dele, mas sim dentro dele! Nisso reside o que para a compreensão humana é mistério e apesar de meus esforços continuará sempre sendo mistério, visto não poder ser descrito com palavras terrenas. Palavras são finalmente somente palavras, nitidamente limitadas; elas não podem reproduzir aquilo que é móvel e em verdade vivo, e que se encontra em tudo quanto se refere a Deus e ao divino.

Aquilo que se dá junto de Deus nunca pode se dar em relação aos seres humanos. O filho na família humana existe por si, e o pai existe por si; são e permanecem dois, poderão no máximo ficar unidos na atuação, mas nunca ser um só. Na expressão Filho de Deus é diferente! Exatamente o contrário! Deus-Pai e Deus-Filho são um só, e apenas na atuação podem ser considerados como dois, como também os dois Filhos de Deus, Imanuel e Jesus, são um só no Pai e apenas na atuação são dois, na espécie de sua atuação.

Com isso tentei explicar-vos mais uma vez a origem de Parsival, que através de Imanuel está em Deus, e com isso Deus está nele.

Agora procurarei também mostrar-vos, em imagem, como ele é, como pessoa. E depois em sua atuação.

Será difícil para vós imaginar que também o Supremo Templo do Graal luminoso tinha de surgir da irradiação de Parsival, Templo esse que o envolve protetoramente no espiritual primordial da Criação primordial. O Supremo Templo, que deve ser compreendido como um anexo àquele Templo que se encontra desde a eternidade no limite da esfera Divina, onde os anciãos, os eternos, têm sua pátria e sua atuação no Divino. No Divino, portanto na irradiação imediata de Deus, e não, acaso, no próprio Deus.

No meu conjunto de explicações não incluo o Templo que se encontra no Divino, visto nada ter a humanidade a ver com ele, mas falo sempre somente no Templo existente no espiritual primordial, e que é o ápice e o ponto de origem da Criação inteira.

O Templo no espiritual primordial, da Criação primordial, pode ser considerado como um anexo do Templo do divino. Em sua extremidade superior encontram-se a grade de ouro e a cortina intransponível para os primordialmente criados, a qual constitui o limite.

Nesse limite imaginai Parsival como o primeiro e o superior da Criação inteira, do qual ela se originou. Num amplo recinto de colunas, que se fechou em redor dele, no mais fiel e mais puro querer de todos os primordialmente criados e em seu amor à Luz!

Os primeiros primordialmente criados, os superiores da Criação primordial, somente podiam tornar-se conscientes ao sair da irradiação criadora de Parsival, fora do limite da esfera Divina, portanto fora da imediata irradiação de Deus!

Repito tantas vezes as expressões e as denominações, a fim de que se gravem em vós, como noções permanentes!

Portanto, Parsival encontra-se lá como o primeiro. Ele saiu da esfera Divina! De sua irradiação desligaram-se primeiro, tornando-se conscientes, os primordialmente criados superiores, e do amor e fidelidade deles para com a Luz, para com Parsival, formou-se, através do querer, o maravilhoso recinto, o Supremo Templo!

Mas hoje quero apenas mencionar passageiramente esse formar e tecer vivo. Talvez eu dê, mais tarde, uma explicação mais minuciosa a esse respeito. Agora só é necessário mencionar isso, para formação do quadro todo que quero dar.

O próprio Parsival é para vós apenas Luz flamejante, seu núcleo inenteal, proveniente de Imanuel, deixa tudo o mais na completa sombra, se é que se possa falar de sombras no Templo luminoso. Por essa razão, isso é dito apenas figuradamente, pois de sombras, na realidade, não há nem vestígio.

Para o olho dos espíritos primordiais, dos primordialmente criados, porém, constitui-se a forma, a forma espírito-primordial do filho da Luz, transluzida resplandecentemente pelo núcleo inenteal dele.

Que devo eu dizer-vos a respeito disso, que nem pode, aliás, ser abrangido por palavras terrenas?

Uma cabeça resplandecente, da mais perfeita forma, envolta no movimento eterno da Luz Viva, que subjuga e faz perder os sentidos de cada criado que a olha. O corpo está envolto por um invólucro irradiante, que se parece com uma couraça de escamas flexíveis; sobre a cabeça, estendidas protetoramente, as asas da Pomba… assim podeis imaginá-lo, poderoso, senhoril, invencível, inatingível, força de Deus personificada, fulgor de Deus que tomou forma: Parsival, o Filho da Luz, no espiritual primordial, no ápice da Criação! O portal puro que se abriu do Divino para a criação, que conduz de Deus para o ser humano!

O nome Parsival tem, entre outros sentidos, o seguinte significado: de Deus para o ser humano! Ele é, portanto, o portal ou a ponte de Deus para o ser humano. Ele não é o tolo puro (*) mas sim o portal puro da vida para a Criação!

Para a obra de limpeza da Criação, outorgada por Deus-Pai, e que se tornou necessária por causa da queda dos espíritos humanos na matéria, o querer de Parsival, como uma parte sua, to9mou forma para peregrinar através de todas as partes do Universo, a fim de colher experiências e conhecer todas as fraquezas e feridas dos espíritos humanos.

Parsival permaneceu sempre no Templo, ao passo que o seu querer vivo, como uma parte sua, tornou-se forma e peregrinou pelas partes do Universo, aprendendo.

A forma do seu querer para essa missão tinha de ser, naturalmente, devido à espécie estranha, principalmente perante todas as coisas erradas, primeiro como uma criança, depois como adolescente, aprendendo e amadurecendo até o homem, o que, naturalmente, dentro da vibração das leis da Criação, também se manifestou na configuração exterior, correspondendo à espécie do respetivo plano.

Quando Parsival, em sua peregrinação para baixo, alcançou o limite onde começava a matéria, isto é, a região dos espíritos humanos desenvolvidos dos germes espirituais, chegou ao local onde se mostravam pela primeira vez os efeitos das correntezas das trevas, que também já tinham tocado em Amfortas.

Nessa divisa encontra-se o Templo onde Amfortas foi Rei-sacerdote. Esse Templo é a cópia mais baixa do verdadeiro Supremo Templo do Graal, é o que se encontra mais afastado deste e de sua espécie. E por isso também o mais próximo da Terra, conquanto para a imaginação humana numa distância quase inapreensível. Nesse Templo realmente encontram-se, como guardiões do Cálice e como cavaleiros, os mais puros dos espíritos humanos desenvolvidos.

Ao entrar nesse plano, a colocação necessária de um invólucro da mesma espécie de matéria, se bem que aí ainda bem leve, foi para Parsival igual a uma venda, que apagou passageiramente todas as lembranças de tudo situado mais acima.

Vindo da Luz, estava ele em sua pura ingenuidade diante do mal, que desconhecia por completo, e somente poderia tomar conhecimento dele através do sofrimento indispensável. Tinha de aprender arduamente, através disso, do quanto são capazes os espíritos humanos.

Assim, tornou, sim, profundamente sabedor disso, mas nunca pôde compreender tal coisa, por lhe ser completamente estranha.

Aqui, portanto, as correntezas provenientes das trevas, que evidentemente haviam tomado forma, investiram pela primeira vez contra o estranho peregrino, o qual, nas lutas decorrentes, fortaleceu-se e despertou para o reconhecimento de si mesmo.

É este o caminho árduo e cheio de sofrimentos, do qual a humanidade terrena recebeu notícias, porque se realizou na matéria, se bem que somente no limite mais alto. Por isso também puderam surgir os enganos, porque o espírito humano na Terra jamais pode imaginar semelhantes acontecimentos ocorridos muito acima da sua espécie.

Mas a respeito de tudo isso darei mais tarde explicações mais minuciosas, que proporcionarão Luz e com isso clareza.

 

Abdruschin

 

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(*) Nota de tradução: trata-se aqui da palavra “Tor”. Conforme os pronomes utilizados, “Der” ou “Das”, muda o significado. “Der reine Tor” significa o tolo puro. “Das reine Tor” significa o portal puro.

 

Dissertação 58 “Os planos espírito-primordiais III” da obra “Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal”, volume III.

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